Consigo Caldas Consegue

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Aqui encontrará os textos e as imagens que documentam alguma da actividade desenvolvida pela equipa de vereação do PS Caldas da Rainha
Clique aqui se desejar apresentar as suas reclamações, os seus reparos, aquelas recomendações que considere que podem tornar mais bonito, mais diligente e mais humano este nosso concelho.


A sua discrição será inteiramente respeitada.
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

SIG não SIGnifica nada

Os vereadores do partido socialista solicitaram a presença, em reunião de Câmara, da responsável pelos serviços de georeferenciação digital da Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Esta presença foi considerada necessária depois de perceber-se a relação de dependência que se demonstrou existir entre a eficiência do Regulamento Municipal de Protecção Civil, o Plano Municipal de Emergência e a fiabilidade das informações fornecidas pelo Sistema de Informação Geográfica (SIG).

Os esclarecimentos fornecidos revelam a existência de abundantes estorvos a uma aposta na informação geográfica digital na Câmara das Caldas da Rainha. Falta de licenciamento de software, inadequação de hardware disponível e uma flagrante exiguidade de meios humanos são factores de monta que, no presente momento, não permitem estabelecer uma relação suficiente e competente entre os serviços de Protecção Civil e as informações consultáveis no SIG.

Neste sentido, os vereadores do partido socialista não podem deixar de apresentar o seu protesto por ser tão patente a falta de prioridade, humana e logística, que o executivo PSD atribui, desde há muitos anos, a um serviço tão vital para o quotidiano de uma autarquia, nomeadamente como instrumento basilar de apoio à decisão, constantemente actualizado e disponível.

Reitere-se que esta insuficiência não resulta de qualquer displicência dos funcionários da Câmara, mas sim de uma indiferença continuada por parte do executivo PSD que não achou indispensável, enquanto pôde, munir a autarquia dos meios humanos e instrumentais necessários para uma georeferenciação digital credível.

Outros municípios com a mesma dimensão das Caldas da Rainha empregam dez, vinte funcionários, a tempo inteiro, dedicados em exclusivo a esta tarefa. Nas Caldas da Rainha o trabalho está a cargo de uma pessoa. Trata-se de um erro clamoroso de gestão que afecta todos os domínios da vida autárquica e cuja utilidade real o executivo PSD se apressa a reconhecer mas adia constantemente e, simplesmente, não concretiza.

Revela-se uma ausência de vontade política em aplicar no concreto os indesmentíveis benefícios da georeferenciação digital. Repare-se que aquilo se gasta hoje no SIG é um décimo do que se economiza amanhã. Fazê-lo poupa muito dinheiro ao município e permitirá, entre muitas outras vantagens, superar inúmeros constrangimentos ao Departamento de Planeamento e Urbanismo, cuja acção não pode restringir-se a analisar projectos de obras, mas a pensar o urbanismo e o planeamento interdisciplinar do concelho, suportado em plataformas digitalizadas actualizadas e credíveis; como se faz noutros concelhos do país.

Neste sentido e verificada a correlação forte que existe entre o SIG e a Protecção Civil, não podem os vereadores em consciência votar a favor do Regulamento Municipal de Protecção Civil e do Plano Municipal de Emergência, pelo que se abstêm, esperando desta forma motivar para uma mudança integral da prática política que tem sido seguida, também neste domínio, pelo executivo PSD ao longo dos anos.

É mais do que chegado o tempo de trazer para as Caldas da Rainha uma prática de gestão do século XXI.

Peça de arte pública coberta por outdoor

Os vereadores do Partido socialista manifestaram o seu desagrado pela existência de um placard outdoor de grandes dimensões que permanece colocado na frente de uma peça artística do mestre Ferreira da Silva, na Avenida Infante Dom Henrique e que notoriamente interrompe a visibilidade do objecto artístico que realça e nobilita aquela artéria da cidade.

Como em outras ocasiões afirmámos, numa cidade com a vocação criativa que a nossa possui, consideramos indispensável dar a conhecer novas linguagens artísticas, novos rumos e novos discursos de contemporaneidade para a cidade e para o concelho das Caldas da Rainha.

Em todo o caso, consideramos que a obra de qualquer autor deve ser, antes de mais, respeitada e que a autorização de permitir que se coloque um outdoor publicitário na frente de uma peça de arte pública representa uma insensibilidade evidentemente reprovável.

Vereadores reduzem valor de senhas de presença em 10%

Os vereadores do partido socialista declaram que, a partir da presente data, as senhas de presença a que têm direito passarão a ser sujeitas a uma redução de 10%, que revestirá a forma de donativo para o Banco Alimentar. Recorde-se que os vereadores da oposição nas Caldas da Rainha não auferem qualquer outra remuneração pelas obrigações que exercem.

A presente conjuntura económica incide directamente sobre todos os rendimentos das famílias, nomeadamente todos os que desempenham funções públicas; não faz, por isso, qualquer sentido que os rendimentos dos políticos, mesmo aqueles rendimentos que visam suportar despesas básicas de presença, possam não ser sujeitos àquele mesmo esforço que a actual conjuntura de crise financeira impõe sobre os portugueses.

Esta medida traduz a posição individual de ambos os vereadores e não surge como resultado de uma qualquer deliberação político partidária.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Município condenado em tribunal

Contrariamente a tudo quanto veio afirmando publicamente o Sr. Presidente da Câmara, o Município das Caldas da Rainha foi efectivamente condenado pelos casos levantados pela IGAL. Sem permitir possibilidades de recurso, o Tribunal Central Administrativo Sul – deu razão ao recurso do caso Stand Renault, apresentado pela empresa Lizauto contra a Câmara, considerando a presunção de deferimento tácito de uma autorização que a Câmara procurara reverter. Depois de uma vitória inicial no Tribunal Administrativo de Leiria, a sentença agora emanada, condenou o município, na pessoa do seu presidente.

Cabe agora ao erário público pagar todos os custos judiciais resultantes de mais este revés para a Câmara PSD.

Importa acrescentar ainda que esta condenação deu entrada nos serviços da Câmara Municipal nos princípios de Junho de 2010, e só agora foi apresentada aos vereadores do partido socialista, precisamente no último dia da informação obrigatória da Câmara à IGAL que a interrogara sobre este dossiê. A ser verdadeira a alegação do Sr. Presidente, que diz ter desconhecido uma sentença judicial desta magnitude, desde Junho até Outubro, resta-nos considerar deplorável o sistema de informação e gestão desta Câmara PSD. Como é possível que uma sentença judicial entre nos serviços de uma qualquer câmara municipal e o seu presidente apenas dela tome conhecimento quatro meses depois, quando se torna indispensável informar a IGAL? Seja qual for a verdade, o certo é que se trata, de um lado ou de outro, de uma circunstância constrangedora, caricata e, no mínimo, tão estranha quanto conveniente.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Orçamento participativo – Por causa de si.

E se um munícipe tivesse a oportunidade de dizer onde o dinheiro da Câmara deve ser aplicado? À primeira vista faz algum sentido, porque esse dinheiro é, afinal, seu. Ele vai para as mãos da Câmara Municipal vindo directamente dos seus próprios impostos. Pois é isso mesmo que é o orçamento participativo (OP). Com o orçamento participativo os cidadãos decidem de forma directa onde e como deve ser gasto o dinheiro público, tendo em conta os problemas por si levantados e as propostas por si apresentadas.

No programa que apresentou ao seu eleitorado o partido socialista defende o orçamento participativo como uma das principais modalidades de participação cívica. O orçamento participativo é uma ideia simples e poderosa que nos aproxima a todos, uns dos outros e dos problemas comuns a todos.

Quem deve instituir o OP? Deveria ser a Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Tal como outras câmaras do país o já fizeram. Até 2009 havia projectos de orçamento participativo em curso nas seguintes localidades: Aveiro, Castelo de Vide, Alter do Chão, Avis, Cascais, Grândola, Santiago do Cacém, Alvito, Aljustrel, Castro Verde, Aljezur, Silves, Tomar, Palmela, Sesimbra, S. Brás de Alportel, Alcochete, Serpa, Faro, Marvão, Braga, Lisboa, Odivelas, Viana do Castelo, Batalha e Vila Real de Santo António. Mas a maioria PSD não pretende pôr esta ideia, simples, em prática.

No entanto, o orçamento conta com a colaboração dos diferentes partidos para apresentarem sugestões de investimento que possam incluir-se no orçamento da Câmara. Se o PSD não está para ter o trabalho de querer escutar os cidadãos em matéria do uso a dar ao seu próprio dinheiro, o Partido Socialista quer. E é, justamente, isso que propõe a todos os cidadãos Caldenses.

Trabalhadores das autarquias, agentes associativos, comunidades educativas, comissões de moradores, associações juvenis e estudantis, colectividades, associações comerciais e industriais, sindicatos, grupos de condóminos, membros de ONGs, grupos de cidadãos, cidadãos particulares, qualquer munícipe, poderão a partir deste ano apresentar as suas ideias para que elas constem da lista de investimentos que o Partido Socialista apresentará à Câmara.

A ideia é, afinal, tão poderosa como todas as ideias simples. Você propõe, nós integramo-la nas nossas propostas.

Limpeza de ruas, electrificação, manutenção de parques, ajardinamento de espaços calcetados arranjos parques infantis, sanitários públicos, ampliação de canil/gatil, criação de podovias ou ciclovias, problemas da sua rua e do seu bairro, dificuldades que afectam dos seus filhos, os seus pais, os seus vizinhos, todo o problema que custe dinheiro - o seu dinheiro, nem mais - pode e deve ser proposto e resolvido por causa de si.

Apresente, pois, as suas ideias até dia 15 de Novembro. Diga-nos aquilo que a sua rua, a sua vizinhança, a sua freguesia, a sua região precisam. Não precisa de escrever nada. Telefone ou fale connosco. Não se esqueça que as verbas disponíveis vão sempre para as prioridades. Se não disser nada, nunca o seu problema será uma prioridade. E pode ser. Já este ano. Por causa de si.

Para apresentar as suas propostas utilize os seguintes contactos:

email
consigocaldasconsegue@gmail.com
telefone
 936 951 203

Contamos consigo. Consigo Caldas Consegue.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Orgulho e preconceito

Reportagem Antena 1 em podcast de 11 de Outubro de 2010. Cobertura da conferência de imprensa (5’30’’ a 9’48’’) dos vereadores do partido socialista acerca do relatório da IGAL. Aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Munícipes já podem consultar e discutir plano de regeneração

O vereador Rui Correia congratulou-se com o facto de ter sido entretanto criada na Câmara uma oportunidade de atendimento público a munícipes para acompanhar o plano de regeneração urbana. Na verdade, esta proposta, apresentada em reunião anterior pela vereação socialista, parece estar em consonância com a intenção do executivo, pelo que se manifesta satisfação pelo acolhimento da iniciativa.

Não podemos, contudo, deixar de significar alguma decepção por se tratar de uma decisão tardia, bem como por o formato escolhido para auscultação da população ser muitíssimo limitador de uma colaboração da população, desejavelmente ampla e aberta. Ao exigir-se uma deslocação física às instalações da Câmara, apenas num único dia da semana, num horário limitado, acessível por marcação, não se facilita este contacto e esta participação da população.

Não havendo disponibilidade para a abertura de uma loja da reabilitação com os fundamentos e regime aberto que o partido socialista apresentou e sugerira, cumpriria assegurar que outras modalidades de audição fossem, então, postas em curso; foi proposto, deste modo, que o portal Web da Câmara Municipal pudesse disponibilizar uma página exclusivamente com este propósito, que fosse criada uma linha telefónica, gratuita ou de custo partilhado, para um contacto mais cómodo, que fosse suprimida a obrigatoriedade de marcação prévia e que fosse amplamente divulgada a existência deste serviço.

Pela importância que assume a participação de todos, aproveitamos esta plataforma para divulgar que o Atendimento público do Gabinete de Regeneração Urbana é possível às Quintas-feiras de manhã com marcação prévia para o número 262 839 700.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

“difamadores profissionais”

Nos últimos dias têm sido proferidas declarações pelo Sr. Presidente da Câmara, a propósito dos relatórios da IGAL, que não podem deixar de ser comentadas.

Em plena Assembleia Municipal, o Sr. Presidente escarneceu os munícipes que apresentaram as suas denúncias à IGAL, designando-os como “delatores, acusadores e denunciantes”. Nos jornais referiu-se-lhes como “difamadores profissionais”. Referiu-se publicamente a estes munícipes como se se tratassem de malfeitores que tiveram o atrevimento de discordar formalmente das práticas desta câmara. Esta incriminação é uma vergonha. Cada munícipe, todos nós, todos os caldenses, têm, não apenas o direito, mas o dever de se manifestar contra a administração pública, quando percebe que erros e injustiças estão a ser cometidas. E nem precisam de ter a certeza disso. Basta que exista uma suspeição. É, portanto, de louvar e não de vilipendiar, aqueles cidadãos, anónimos ou não, que manifestam a sua indignação da forma processualmente correcta, ilustrada e em obediência civilizada pelas leis desta República.

É conhecida a vocação do Dr. Fernando Costa pela balbúrdia e o alvoroço. Mas, em democracia, uma denúncia de um munícipe às autoridades competentes, por mais infundamentada que até possa a vir a revelar-se, é sempre, tem de o ser, em todos os casos, de respeitar e de enaltecer. Mas ao longo das últimas décadas, as pessoas foram percebendo que quem tem o poder nas Caldas da Rainha pode ser vingativo, rancoroso e de maus fígados. Cresce entre os Caldenses a ideia pela qual todos podem vir a ser prejudicados pela sua coragem. Pode até ser arriscado dizer “Não. Basta.”. Aprenderam com este executivo PSD que o melhor é não se darem a conhecer. Ofende este município que algumas das queixas apresentadas venham subscritas por grupos de cidadãos que, embora identificados, exigem à IGAL que os seus nomes não sejam conhecidos. O medo de represálias impõe-lhes essa reserva. E esse é um sinal da pelintrice democrática desta maioria e é a imagem que se dá deste concelho: quem acusa o executivo PSD que tenha medo e pense duas vezes. E isto é uma vergonha para uma autarquia. Para todos nós. É uma vergonha que um munícipe tenha medo de retaliações por parte dos poderes instituídos e veja o seu nome associado a malfeitorias que o não são; que um munícipe tenha medo de desforras vindas de quem tem o dever legal de o proteger e defender.

E esta cultura emproada de desprezar toda a crítica vem de longe e contaminou os poderes autárquicos. Há uns dias, um jornal local publicava uma carta de um munícipe que se queixava do mau estado da sua rua. O presidente da junta respectiva tirou algum do seu precioso tempo para responder ao munícipe em modos que são indignos da sua condição de autarca. Acusações vagas e mesmo injustas como algumas que têm vindo a ser arremessadas em jornais contra alguns presidentes de junta, vêem-se respondidas sem qualquer decoro ou serenidade institucional. Quando não é possível suportar a injustiça recorre-se ao rigor da apresentação de factos ou ao rigor das vias judiciais. Ou mesmo o silêncio. Nunca o insulto. Nunca o escárnio. Não é pedir de mais a um político que tenha a maturidade de perceber que, acima de tudo, deve respeito a todos os eleitores.

Os erros que a IGAL aponta a este executivo PSD são muitos e são de toda a ordem: graves e insignificantes. Os jornais já apresentaram as principais irregularidades e ilegalidades cometidas ao longo dos anos por este executivo PSD. Os caldenses sabem ler e pensar. Não nos ocuparemos com disso.

Não gostamos de ver o município das Caldas nas bocas do mundo pelas piores razões. Não iremos contribuir para mais sujeira, até pelo momento grave que atravessamos.

O partido socialista foi apresentando ao longo dos últimos anos várias denúncias. Sempre o fez e continuará a fazer com a toda a seriedade e transparência, informando o executivo PSD previamente, por solidariedade institucional, embora pudesse não o fazer. Consideramos que uma inspecção movida por denúncias de cidadãos constitui sempre uma oportunidade de aprendizagem. E não um ensejo para exibir nervosismos excêntricos e desorientados.

Este julgamento da administração central, que atira o município para processos em tribunal e impõe demolições, inibe a Câmara de licenciamentos e acusa o presidente de ilegalidades várias, deveria ao menos conseguir impor-lhe a humildade de saber aprender com os seus próprios erros e dispor-se a corrigi-los.

Quando, depois de todas as recomendações e imputações da IGAL, nos recordamos que ainda aqui há dias, o Sr. Presidente da Câmara pagou mais um almoço de autarcas e fez esse pagamento sem que houvesse deliberação nenhuma nesse sentido, é indesmentível concluir que o problema do Sr. Presidente não é que desconheça a lei. Apenas não resiste a sacar o dinheiro dos outros da cartola e usá-lo como se fosse seu. Mas sobretudo, fica exposto que este executivo PSD não tem a menor vontade de corrigir os seus erros. Não vai corrigir coisa nenhuma. Porque acha que deve orgulhar-se disto tudo. Esta desconsideração ostensiva pela lei e pelos concidadãos que querem apenas que a legalidade seja obedecida, como a IGAL impôs que seja, de igual modo por todos é intolerável.

Vê-lo-emos, não obstante, amanhã, dia em que se comemora o venerável Centenário da República, a ufanar-se dos valores democráticos e a exaltar a nobre ética republicana.

Vê-lo-emos, no dia seguinte, a continuar a enxovalhar todos os cidadãos que abandonam uma cidadania apática e indolente e se disponibilizam para contestar e fiscalizar as práticas de todos os eleitos. Resulta deste seu logro, uma ou duas coisas, ou ambas: escolheu a profissão errada ou não passa de um difamador profissional.

Uma Câmara “disfuncional e exótica”

As recentes declarações do Sr. Presidente da Câmara Municipal referentes às conclusões da operação efectuada pela Inspecção Geral da Administração Local não podem deixar de suscitar por parte do partido socialista das Caldas da Rainha a mais viva indignação. Por várias razões.

Em primeiro lugar, aquilo que mais importa: o respeito pelos munícipes. É preciso recordar ao Sr. Presidente da Câmara que ele não é ninguém sem os seus munícipes. Deve-lhes tudo a eles, e não ao PSD, como parece acreditar. De tudo quanto foi já dito acerca das conclusões que resultam deste relatório, é preciso denunciar, em primeiro lugar, que o Sr. Presidente da Câmara não pode insultar as pessoas que, no seu legítimo direito, apresentaram as suas reclamações à IGAL para que fosse averiguada a razão de ser de irregularidades de que suspeitavam e que a IGAL confirmou. E confirmou-as. Que não haja dúvidas.

Orgulho em não cumprir a lei

Em segundo lugar, e avaliando as conclusões da IGAL, importa recordar as declarações do Sr. Presidente da Câmara que acusou os inspectores de serem “socialistas”, o que é muito grave, e foi a correr para os jornais a dizer-se “orgulhoso” das conclusões destes relatórios. “Orgulhoso” porquê? Porque o relatório não lhe exige a perda de mandato. Veja-se o ponto a que chegámos. Isto é que é nivelar por baixo. Diz também que entre cem processos analisados apenas 5 ou 6 continham irregularidades. É sempre perturbador quando alguém se vangloria de ter feito aquilo que é suposto que faça. Faz lembrar aquele ladrão que foi apanhado a roubar uma casa em flagrante delito e, quando vai a tribunal, pede ao juiz que lhe dê a atenuante de ele não ter assaltado as outras casas todas do quarteirão.

IGAL ridiculariza a Câmara

Consideramos que uma inspecção movida por denúncias de cidadãos constitui sempre um momento de aprendizagem. E não de nervosismos excêntricos e desorientados. As palavras do Sr. Presidente revelam que não será essa a postura deste executivo PSD. A inspecção acusa-o de aceitar cedências de terrenos sem formalizar essas cedências. Quando alguém decide ceder para domínio público um terreno que é seu, deve fazê-lo com toda a transparência e com as formalidades normais que a lei exige. A inspecção refere que isso não aconteceu nas Caldas da Rainha. Num dos casos detectados pelas inspectoras, estas transacções dúbias envolvem mesmo propriedades do próprio presidente, que, 25 anos depois de ter cedido um terreno à Câmara, vem exigir agora que lho paguem. É constrangedor que o Sub-inspector Geral da IGAL chegue ao ponto de ser sarcástico, em termos que até nos deveriam ofender, classificando de “disfuncional e exótico” o conjunto dos procedimentos legais adoptados pela Câmara. Terrenos que são dados à Câmara, e cito: “desconhece-se sob que forma” conduziram a situações em que, e cito, “o requerente cede a área mas não cede a área, uma vez que ela está lá não obstante não estar”.




Delinquência jurídica

Alguns dos erros que a IGAL descobriu são erros que se repetem e que se tentam esconder da IGAL. Sempre fomos a favor das celebrações autárquicas de Natal, reunindo os actuais e antigos autarcas. Porém, quando, em 2006, se paga o jantar de Natal para autarcas, sem que nenhuma deliberação da Câmara o autorize, o erro está feito. Mas quando, no ano seguinte, volta a pagar-se outro jantar para autarcas, novamente sem deliberação prévia, isso já não é um erro, é uma ilegalidade consciente. E é especialmente incriminador quando verificamos que, anos depois, em 2009, a Câmara procurou ratificar essas ilegalidades, escrevendo uma acta onde tenta tornar legal uma coisa que nunca deixará de ser ilegal. Isto já não é só uma ou duas ilegalidades, é um acto irresponsável e juridicamente impróprio. É também isso que fez no caso TVI, datado de 2008, em que resolveu tentar camuflar toda a operação com uma acta de 2009. Por causa disto o inspector-geral da IGAL, Orlando Nascimento, acusou o executivo de se, e cito, “distorcerem, inadmissivelmente, as mais elementares regras de contratação pública”. O executivo PSD pratica, assumidamente, actos de delinquência jurídica.

Câmara proibida de executar as suas atribuições legais

Três pontos, portanto, resultam de tudo isto:


1 - O executivo PSD despreza os seus melhores cidadãos, aqueles que têm a coragem de dizer “Não” e de afirmar os seus direitos. O executivo PSD prefere cidadãos que se calem perante as ilegalidades que vai cometendo. Todos os outros, os que não se calam, são indignos de respeito.

2 - O executivo PSD não deu importância a procedimentos jurídicos obrigatórios em matéria de cedências muito suspeitas de terrenos e cometeu repetida “violação de normas financeiras” que a lei impõe que se cumpram.

3 - A IGAL descobriu que nas Caldas da Rainha há munícipes que constroem sem licença. Infelizmente não é só aqui que tal sucede. Aquilo que descobriu nas Caldas e que é mais grave é que, ao saber dessas ilegalidades, o executivo PSD é incapaz de agir no terreno. Não faz nada a não ser emendar actas e usar verbos de encher. Só por acção da IGAL é que essas construções clandestinas efectivamente poderão vir abaixo.

Por muita areia para os olhos que se queira mandar, há coisas que são iniludíveis. O executivo PSD foi condenado por demasiadas coisas. Está proibido de decidir no caso Green Hill. Está condenado a demolir construções em Salir do Porto. Está obrigado a demolir construções em Santa Catarina. Está proibido de decidir no caso Quinta das Oliveiras. São anuladas as suas decisões quanto ao stand da Renault que, desde 2006, ali está em total ilegalidade. Nem sequer sabe arrumar a casa; em matéria de gestão orgânica do pessoal da Câmara, reina uma desordem absoluta. Tudo o que se diga para achar que tudo isto é motivo de orgulho, não passa de uma excentricidade aflita, mas sobretudo uma excentricidade dispendiosa e que terminará com o dinheiro dos contribuintes a ser gasto para pagar os erros de quem se exige apenas que saiba cumprir a lei. Não é pedir muito.

domingo, 3 de outubro de 2010

Vereadores do PS condenam plano de regeneração por ignorar Sto Onofre

Já em anterior ocasião os vereadores do Partido Socialista puderam manifestar-se em oposição a uma orientação que privilegie a demarcação entre as duas freguesias urbanas e que consagre a distanciação entre a freguesia de Sto. Onofre e Nossa Senhora do Pópulo. No programa que apresentámos aos eleitores e que nos serve de guião para a nossa intervenção política até 2013, sobressai uma visão de uma administração pública que vai gradualmente tornando dispensável a centralidade da cidade e mesmo do executivo camarário, através da delegação crescente de meios e competências para as freguesias e um investimento justamente repartido pelo concelho, sem medo de assumir apostas lúcidas de crescimento e investimento. Consideramos que essa filosofia se aplica a todo o concelho e também ao centro urbano do concelho.

É uma visão completamente obsoleta essa que investe tudo numa visão concêntrica da cidade das Caldas da Rainha. A aposta num único centro histórico, que clamorosamente menospreza o valor da freguesia de Sto. Onofre, notoriamente aquela que está mais carecida de um projecto substantivo de reabilitação não é, de modo nenhum, o modelo de desenvolvimento que preconizamos. O actual plano de regeneração urbana em curso reforça uma anacrónica separação ferroviária que a século XIX produziu. A nossa visão é outra e foi recusada por este executivo PSD.

Um museu em Sto Onofre

Criar pontes, duas mais, entre as freguesias, em localizações que já foram apresentadas publicamente multiplicar os espaços de convívio comunitário, em articulação com um estímulo continuado ao forte espírito associativista que caracteriza aquela freguesia, reabilitar os inúmeros espaços degradados que uma junta de freguesia não consegue por si recuperar, constituem eixos de acção política que este plano teve a oportunidade perdida de consagrar e não consagrou. Seria, por exemplo, a oportunidade de colocar esta freguesia no mapa museológico do concelho e da região. Queremos trazer um museu para esta freguesia, enriquecendo-a culturalmente e não a preterindo neste domínio, como sempre se fez ao longo das últimas décadas de maioria PSD.

O resultado seria apetecível de se ver. Uma cidade plural nos seus centros de convívio, com pólos de dinamismo de cultura e de turismo, activa e empolgante na sua vida social e económica. Ao invés, mantendo-se , reforçando-se com este plano que investe apenas numa das margens da linha férrea, essa ideia pela qual a zona nobre da cidade é uma e uma só, qualquer que ela seja, e que as restantes servem-lhe de cenário, ou porta de trás, é uma abordagem empobrecedora, que retira mais-valias à freguesia de Sto Onofre, que simplesmente a esquece. O Partido Socialista reclama que esta abordagem não pode continuar a ser percebida como uma opção razoável de crescimento e de enobrecimento da nossa comunidade.