À semelhança do que ocorreu em encontros anteriores, foram projectadas e comentadas filmagens vídeo sobre a freguesia e foi viva a participação de simpatizantes, militantes socialistas e demais residentes no Coto. Ficou demonstrada a enorme riqueza paisagística, ambiental, turística, florestal e agrícola desta freguesia que tem muitos estrangeiros que a escolheram para ali residir.
Foram denunciadas muitas práticas condenáveis que desfeiam e põem em causa este património. Dezenas de lixeiras a céu aberto, sistemas de tratamento de águas que, ou não funcionam, ou estão em avançado estado de degradação, parques infantis ou desportivos num avançado estado de decadência e constituindo-se mesmo em locais de perigo para as crianças, a inaceitável inexistência de esgotos para uma grande parte da população do Coto que vê neste assunto um dos seus maiores problemas. O recurso a fossas sépticas continua a ser parte do quotidiano de populações que vive a poucas centenas de metros da rede municipal de esgotos. Na realidade, muitos munícipes apenas têm ligação à rede de esgotos se tiverem dinheiro para pagar individualmente o sistema eléctrico de bombeamento. Foi denunciada a pavimentação desleixada dos arruamentos que ficam por ultimar, (limpeza de valetas, manilhamentos, bermas de estrada e condutas de água, pintura e sinalização rodoviária). Neste âmbito, os munícipes apresentaram uma grande contestação pela prioridades de pavimentação, e muito particularmente, pela solução rodoviária que permanece desde há muitos anos, gerando grande perigo na bifurcação da estrada que vai do Imaginário para o Coto e a estrada que desce para Salir de Matos. As ilhas que ali se encontram são de impossível leitura rodoviária e, com os roubos de sinais de trânsito, criam-se numerosas situações de perigo. É imprescindível resolver os problemas que ali ocorrem com a construção de uma muito necessária rotunda.
Foi feita uma apreciação muito crítica sobre recentes linguagens arquitectónicas que despontam na freguesia em contradição absoluta com a linguagem tradicional e que, em alguns casos, mais não são senão uma poluição visual excêntrica e de discutível legalidade. Foi igualmente referido o abandono a que vem sendo sujeita a Quinta de São João que, em parceria com o Centro de Formação Profissional do Coto, estrutura formativa vocacionada para o sector agrícola, actualmente em laboração quase insignificante, se deveria constituir num pólo de divulgação e promoção agrícola e ambiental e que atravessa hoje um período de inexplicável declínio. Foi, enfim, tida por muito indesejável e infeliz, a recente agregação administrativa da freguesia do Coto.
Tal como em eventos anteriores, o encontro contou com a presença do Sr. Presidente da Junta, que procurou ajudar ao esclarecimento de muitas das questões colocadas e que, no fim do encontro, se manifestava satisfeito com esta iniciativa agradecendo ao partido socialista a promoção destas jornadas que procuram, estando no local e não dentro de gabinetes, apoiar o trabalho das juntas e das populações, com vista ao bem estar de todos.